Sinopse: França. Uma noite no início da década de 1970.
Lucie, uma garotinha desaparecida por mais de um ano, é descoberta delirando desorientada ao lado de uma estrada rural. Quase em estado catatônico, não pode dizer nada sobre o que aconteceu a ela.
A polícia rapidamente encontra o lugar em que ela esteve encarcerada - um matadouro em desuso. Tudo indica que ela nunca abandonara a vazia e fria sala de congelamento, na qual foi mantida prisioneira.
Imunda, anêmica e desidratada, algo estranho e terrível aconteceu. Mas o quê?
E que consequências terríveis irá comportar?
Lucie, uma garotinha desaparecida por mais de um ano, é descoberta delirando desorientada ao lado de uma estrada rural. Quase em estado catatônico, não pode dizer nada sobre o que aconteceu a ela.
A polícia rapidamente encontra o lugar em que ela esteve encarcerada - um matadouro em desuso. Tudo indica que ela nunca abandonara a vazia e fria sala de congelamento, na qual foi mantida prisioneira.
Imunda, anêmica e desidratada, algo estranho e terrível aconteceu. Mas o quê?
E que consequências terríveis irá comportar?
Título Original: Martyrs
Título no Brasil: Não foi lançado
País de Origem: França / Canadá
Ano de Lançamento: 2008
Direção: Pascal Laugier
Elenco:
Morjana Alaoui
Mylène Jampanoï
Catherine Bégin
Robert Toupin
Patricia Tulasne
Juliette Gosselin
Xavier Dolan
Isabelle Chasse
Emilie Miskdjian
Mike Chute
Gaëlle Cohen
Anie Pascale
Jessie Pham
Erika Scott
Louise Boisvert
Jean-François Boudreau
Michel Cormier
Jean-Bernard Cote
Daniel Deburghgraeve
Hervé Desbois
Patrick Dorval
Philippe Laugler
Mario Mancini
Jean-Marie Moncelet
Tony Robinow
Mathieu Samaille
Louis Thevenon
Olivier Villeneuve
Site Oficial:
http://www.martyrs-lefilm.com/http://www.kingrecords.co.jp/martyrs/
Fontes:
http://www.imdb.com/title/tt1029234/
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Esse aqui eu precisava ver. Depois de ter lido muitas resenhas em que os autores nunca revelavam a história com spoilers porque quem as lia era recomendado assistir e tirar suas próprias conclusões, enfim, "criei coragem". Mesmo porque, escolada como estou em filmes que fogem do convencional e são rotulados de chocantes e polêmicos, não poderia ser muito diferente das experiências anteriores.
O que, de fato, eu estava longe de descobrir é que essa produção francesa é exatamente diferente de tudo aquilo que a gente acha que pode ser. Dê uma olhada neste texto: http://www.cataclisma.com.br/2010/08/martyrs-quando-sutileza-francesa-e.html.
Já adianto que a sensação que se tem quando o filme termina é "tá...e aí?". É bem difícil de explicar, porque o filme é bem diferente mesmo do que eu já havia assistido, e inclusive, diferente de tudo que postei aqui no Bloody Cine. O único filme em que realmente não posso afirmar como será minha experiência visual é "A Sebian Film", que estou muito curiosa para ver.
"Martyrs" faz com que o telespectador erre todas as suas especulações sobre o que poderá acontecer, ou quaisquer explicações mentais que estejam guardando para dar sentido à cena que acabou de ver. Por quê aconteceu isso? O que significa? Normalmente quando assistimos aos filmes, temos sempre uma teoria. Mas não se iluda com esse aqui, porque o erro pode ser "feio" (risos)!
ATENÇÃO - AS LINHAS A SEGUIR SÃO SPOILERS E NÃO SÃO RECOMENDADAS PARA QUEM NÃO ASSISTIU AINDA!
Depois que acabou o filme, veio aquela sensação de que a ficha ia demorar a cair...e muito. Tanto é que a postagem foi feita dia 11 de novembro, assisti o filme só ontem (dia 16) e só hoje, depois de digerir bastante cada cena, é que estou publicando comentário.
Assim que terminaram de rolar os créditos da película, fui correndo procurar por alguma sinopse ou resenha na internet. Qualquer blog que me ajudasse a transcrever para o português o turbilhão de sensações que se mexiam na cabeça.
Esse não é um filme para qualquer um...Mas quem já não leu isso na internet? O que interessa é: Por quê não é um filme para qualquer um? O que que tem de tão chocante?
O filme em si não é tão chocante. A história dele, apesar de muito consistente, não caminha sozinha sem as cenas. Tudo tem um propósito. Cada cena tem um porquê de estar ali. Li em um blog que o diretor conseguiu passar tudo o que ele queria quando rodou as cenas de violência, da menina Lucie que era maltratada e de uma mulher acorrentada que, quando fugiu, não pode ajudar. A única coisa que consegui prever do filme foi o fato de que a mulher que perseguia Lucie no início (aquela que batia nela e a cortava, mutilava) era fruto da imaginação da garota.
Lucie não se perdoou por ter conseguido escapar e não ter podido ajudar a mulher, que já não conseguia mais balbuciar nenhuma palavra corretamente, só grunhidos. Foi por isso que voltou à casa dos agressores para se vingar. A vingança se deu tanto pelo que ela passou quanto pelo fato de que a mulher acorrentada no matadouro ainda atormentava Lucie e pedia, em seus delírios e alucinações que matasse a todos. Tanto é que depois, mesmo assim, Lucie não conseguiu se livrar dela e deu cabo da própria vida. Recapitulando: Lucie não era louca. Foi sequestrada e torturada e conseguiu fugir. Não mentiu quando fez saberem que ela foi pega por um grupo de delinquentes. Quando estava no hospital psiquiátrico, até a nova amiga que fez por lá (Anna), apesar de gostar muito dela, ainda duvidava de sua sanidade. O que deixou Lucie desequilibrada foi o que ela viveu, e a mulher que ela viu, além de ela se culpar por não conseguir salvá-la, é o que dava força para que ela se vingasse. Aquela ali era o alter ego da Lucie, que a Anna não via. Lucie se matou também porque não conseguia fazer com que sua melhor amiga acreditasse nela. Essa jogada psicológica lembra muito os filmes orientais (assistam "4 Horror Tales, Episódio 01: February 29; e leiam a resenha: http://www.porraman.com/2010/11/martyrs-2008/).
A seguir, entendemos o porquê das pessoas serem torturadas. Existe uma mulher, que detém sob seu poder uma horda de funcionários que a servem no mais sombrio hábito que uma pessoa pode ter: a tortura. Ela comanda a instituição na qual a falecida Lucie fugiu na adolescência. No decorrer das cenas de tortura, todas as sensações possíveis se apoderam do corpo do telespectador! Há cenas em que você fica com tanta pena, mas tanta pena, que dá vontade de chorar. E outras que, como li em uma resenha, dá vontade de matar o cara (refiro-me ao torturador de Anna, quando ela é amarrada no mesmo matadouro, para definhar aos poucos). Tá, mas porquê essa violência gratuita? E porquê o filme se chama Martyrs se ninguém se martirizou para salvar ninguém? É aí que está. Quando assisti esse filme, era esse o conceito de mártir que perambulava pela mente.
Só que depois que Anna sofre todo o horror de ser aprisionada, maltratada fisicamente, mal-alimentada, ela é martirizada. Isso mesmo: o propósito do funcionamento do matadouro era esse: martirizar as jovens garotas, porque elas enlouqueciam mais rápido do que homens ou mulheres mais velhas, e sobrava, assim, somente o corpo físico. A mente já não estava mais equilibrada. E o final, segundo o Cinema Extremo Forumeiros (http://cinemaextremo.forumeiros.com/cinema-europeu-terror-f1/martyrs-2008-t213.htm), deixa margem para interpretações. O final é aquela cena da madame rica (que martiriza jovens moças para saber o que acontece quando elas sobrevivem à pior dor e conseguem chegar ao estado de quase morte, quase "do lado de lá") se suicida. Antes Anna havia balbuciado algo no ouvido da madame que não dá para ouvir. Depois todo os funcionários são mobilizados e eles inauguram uma exposição e a Mademoiselle revelará a um bando de curiosos e membros de um clube muito bizarro o que realmente se sente quando se chega no limite da vida. Etienne, que é ajudante da madame vai até o banheiro, onde ela está se arrumando para avisar que está tudo pronto. Mas ela pergunta para ele: "Você sabe o que vem depois da morte?" Ele responde que não. Antes que pudesse dar margem para nossa mente imaginar o que se sucederá, ela solta as palavras: "Vai continuar na dúvida" e se mata. Que tal esta explicação: "A mademoiselle gostou tanto da revelação de Anna que decidiu comprovar se é verdade." Ou que ela ficou "tão desapontada de saber que depois de todo o sofrimento não existe nada, que resolveu 'sair de cena', literalmente." Veja o spoiler do blog "Rewind, Please" aqui: http://www.cataclisma.com.br/2010/08/martyrs-quando-sutileza-francesa-e.html.
Esse aqui não é um filme feito para gostar. E o que mais intriga é que depois de digerida a história e recapitulada mentalmente, a sensação é essa: Que baita filme ! O diretor consegue misturar o horror com o sublime de morrer. Tem umas personagens que a gente fica angustiado só de ver de longe! E as cenas de quase morte das martirizadas transformadas em arte são envoltas numa aura de misticismo que é difícil traduzir. Tudo se explica sozinho e cada cena tem o porquê de estar ali naquela hora. Nem preciso dizer que as interpretações dão realmente um banho! Nesse caso, um banho de sangue (risos) ! Veja aqui no Best Cine algumas imagens: http://www.best-cine.com/martyrs/.
Li também em um blog o comentário: "Não recomendo esse filme para ninguém". "Meu conselho é que não assistam, porque é muito perturbador", pelas palavras do Blog Ainda Sem Nome (http://blogaindasemnome.blogspot.com/2009/03/martyrs.html - resenha que recomendo).
Aqui no "Vai Assistindo" tem outra resenha muito interessante, acompanhada de mais imagens: http://vaiassistindoterror.blogspot.com/2010/05/martyrs.html.
Lembre-se de que, para poder captar toda a ideia de um filme é bem interessante, depois de assistir, utilizar também as constribuições de outras pessoas que já assistiram. E o autor da resenha acima parece que teve alguns momentos perdidos como eu tive (risos)! Viu por que eu demorei a comentar?
Eu também não recomendo. Mas se você, amigo leitor, depois deste “curso de graduação em cinema de terror” quiser assistir, por que iria eu impedir?
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